7 de jul. de 2010

Sorriso

Deitar-se de todo
Na sombra suave
Da árvore leve...
...................tão leve!

Deitar-se na terra
Como fosse o colo
Da gentil namorada
De olhar suspenso, brilhando de amor!

Aceitar a carícia
Natural e pura
Das folhas que caem,
Do céu exibido,
Da vida vaidosa que canta tranquila...

Que mais uma alma
..........precisa sonhar?

6 de jul. de 2010

Pequeno Poema Didático

(Mário Quintana)

O tempo é indivisível. Dize,
Qual o sentido do calendário?
Tombam as folhas e fica a árvore
Contra o vento incerto e vário.

A vida é indivisível. Mesmo
A que se julga a mais dispersa
E pertence a um eterno diálogo
A mais inconsequente conversa.

Todos os poemas são o mesmo poema,
Todo porre é o mesmo porre,
Não é de uma vez que se morre...
Todas as horas são horas extremas!

2 de jul. de 2010

Pouco Sei

Pouco sei do que é possível
Nos possíveis que há em ti.

Não conheço a correnteza
Nem quão fundas são águas
Quanto pode haver de sonho,
Quanto pode haver de mágoa...

Nada sei dos teus carinhos
- e os espinhos, mal suspeito!
E estes versos que te moldo,
Pouco sei dos seus efeitos.

Sei apenas dos teus olhos;
Do teu beijo;
Do teu riso e do teu ar distinto.

Mas me encanto na maneira que isso traz
Um desejo de saber um pouco mais...