22 de mai. de 2010

Poema de Boa Noite

Boa noite, pequena.
Dorme bem.
Se os acasos dessa vida cega
Impedem meu corpo de cuidar-te o sono;
fazer-te mais terno o solitário outono,
Escrevo estes versos,
me visto em poesia,
para acalentar-te nesta noite fria.

Desejo que sejam
versos bons e claros
pois de outra forma nunca soube amar.
Que possam cobrir-te de um carinho manso
mas cheguem a ti com a Presença própria
das paixões consumadas;
dos amantes consumidos;
Vivência nítida de quem se afaga
- de quem se apaga se acendendo em dois...
Que meu lirismo seja o teu descanso,
já que meu peito hoje não pode ser.
Que até tua cama queira amar-te por mim,
comovida, enfim, nessa intenção.

E que sejam mornos
- que te esquentem bem!
E eu durmo cá, com tua ausência firme,
que há tanto tempo me esquenta também...

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